quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Berserker




Espuma que escorre da boca
Fel que à garganta desce a queimar
A voz, por meio dos gritos, deixa rouca
Transforma o brilho dos olhos num faiscar

O grito que ecoa ao ar, lança-se forte
Trovão que anuncia tempestade de dor
Entrega-se, berserker, à sua sorte
Perde a esperança e o temor

Os olhos a enxergar a rubra cor
Focados à visão do tão odiado inimigo
A boca seca só reconhece um sabor:
Sangue, adversário ou amigo

Sangue e suor misturam-se na pele
Corpos movimentam-se ao calor da batalha
A besta, que todo traço humano repele
Fatia-nos a humanidade com uma navalha

E aos ouvidos, uma risada mistura-se às batidas
Ritmadas do coração e do ranger dos dentes
É aquele que, sempre presente e às escondidas
Guia, no cabresto, nossos atos mais doentes.

Rafael Moura, 20/12/2008
----------------
Now playing: Tori Amos - Horses
via FoxyTunes

Nenhum comentário: