segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O Mal

O mal sussurra no meu ouvido:

“Você é meu, e isso nunca mudará!

Vê, tua vida é um mar

Onde a maré leva tua felicidade.

Teus olhos mareados ainda não se cansaram?

Chegará o dia em que eles olharão para mim

E dirão: meu pai!

E só neste dia serás inteiro, só neste dia será você mesmo.

Só nesta hora você verá quanto você é fraco,

Potente e irresponsável.

Só assim você se dará conta das linhas que se prendem.

Nega, regena e humilha o pai que sempre te deu força!

Pois não fui eu quem tirou tu e os teus da escuridão?

Tal qual Prometeu, eu não lhe dei a luz?

Eu não te dei a ambição, a dor e o ódio?

Não me importo com tua indiferença...

Sei que um dia me aceitarás como pai.”

E o que importa? Aceitar hoje ou amanhã?

Somos todos filhos do mesmo pai,

Filhos da mesma força!

Só não aceitamos o que herdamos dela...


Rafael Moura


Lembrando que eu escrevi esse "poema" a tanto tempo atrás...
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Now playing: String Quartet Tribute to Björk, The - Possibly Maybe
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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Teus olhos tristes















Teus olhos tristes são paisagem
desolada, resquícios de tragédia,
criança descalça, pedinte na rua,
chorando a morte dos pais.
Teus olhos tristes são vento
frio, a correr pela estepe outonal,
balançando os galhos secos,
a lamber e envolver os animais.
Teus olhos tristes são deserto,
extensões infinitas de brilho,
opressora sensação de impotência,
garganta seca de palavras.
Teus olhos tristes são mar
sem gaivotas, sol ou calor,
vai e vem incansável de dor,
camaleão refletindo o cinza do céu.
Teus olhos tristes, ó minha amada, são janela
de uma realidade tão próxima a mim...
O mais belo livro, cujas páginas são passadas
violentamente por um furacão...

Rafael Moura, 15/01/2010

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Exageros à parte

Avenidas de cartas de amor
Bichos de pelúcia do tamanho de prédios
Flores pré-históricas, semelhantes a carros
Laçar a lua para dar-te de presente
Respirar todo o ar do mundo para gritar
um "eu te amo" que seria ouvido até em Plutão
Roubar os anéis de saturno quando te pedisse em casamento
Fazer do sol uma coroa para sua cabeça
e nuvens de algodão para seu travesseiro
Da via láctea, te faria um vestido
e te amaria na escuridão do universo
Mas nada, não importa o quão grande ou quão importante,
seria suficiente pra te provar o meu amor

Rafael Moura, 12/01/2010

Nada melhor pra primeiro post do ano do que um "poema" de amor *-*. Lembrando sempre da minha musa inspiradora, a minha menina Eva... ><"
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Now playing: Louis Prima - Medley: Just a Gigolo/I Ain't Got Nobody
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