sábado, 22 de outubro de 2011

Esperteza Cruel

Brada e reclama o jovem cidadão
Ao ler a corrupção estampada nos jornais.
Mas não vê nada errado, não há nada demais,
Quando compra o gabarito do vestibular,
Ou em plena saúde, sonha em se aposentar,
Alegando uma rara e mortal doença do coração!

"Que país é esse?", pergunta a dona de casa
Quando fica sabendo do desvio de dinheiro da saúde.
Mas vive tentando tirar vantagens amiúde...
O troco a mais do mercado nunca devolveu,
O dinheiro achado no chão, teima em dizer que é seu
E faz gato de água para não pagar a embasa!

Urra contra a impunidade o trabalhador
Ao ver como é suja toda essa politicagem.
Mas nunca se arrependeu por usar da camaradagem...
Não foi preso por ter um amigo delegado,
Não paga pensão, o juiz é amigo do seu advogado!
Rouba do patrão metade do que alega ganhar com seu labor!

"Cada povo tem o governo que merece",
Esse é um ditado que é a cara do Brasil.
Pois furando fila, fingindo-se doente ou senil
E se apropriando do que der, onde vier a calhar,
É que a nação nunca seus eleitos poderá malhar.
Pois o povo, na esperteza cruel, com estes mais se parece!

21/10/11

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